sábado, 4 de outubro de 2014

Vida

A vida é só uma criança
que dança
de mão dada com o acaso
fazendo tanta bagunça
que o balanço
às vezes
me joga no chão

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

E tudo que tenho para lhe dar
É aquilo sou
O que ás vezes me ponho a questionar
É se sempre vai aceitar tudo que lhe dou

terça-feira, 24 de junho de 2014

"Que a serenidade venha beijar meus olhos e cantar bem baixinho no meu ouvido..."

terça-feira, 3 de junho de 2014

Velho e amarelo

Irão fazer você se sentir velho
Pintarão seu sorriso de amarelo
Serão comediantes, artistas...
Verdadeiros ilusionistas,
Para fazer você rir enquanto lhe roubam
Parasitas vestidos de anjos também voam.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Uma verdade com rima

Quando uma mão adula e a outra dá o tapa
É a prova da má conduta e da falsidade que mata
Qualquer palavra bonita encanta com exatidão
Mas não há muro que resista se for precária a edificação

terça-feira, 13 de maio de 2014

Na rua

Guardou o que não entendia no bolso
Abriu a porta
e o medo entrou feito vento
Saiu perdido na rua
sonhando em dobrar a esquina
e encontrar si mesmo
No lugar do lixo
viu tudo que a humanidade perdeu
E a voz que grita com raiva no ouvido das pessoas
mostra que é muito mais fácil acreditar em coisas ruins

O que sei

Escuto o choro das crianças presas em corpos adultos
e o discurso dos loucos presos em seus próprios desejos...
Eu vou guardando algumas coisas que a vida me deixa
e sei que no final não será ela que me dará a luz.

Uma frase

"Semanas são milênios no mundo da ausência."

Malograda Maria

Pobre Maria
Cansada da agonia
Ajoelhou-se a rezar
Um anjo que passava
Que tinha um olho que sorria
outro que chorava
Comoveu-se e foi ajudar
Coitada da Maria
Recebeu sua alegria
Mas a graça começou a lhe custar
O anjo queria amizade
E agora por toda a eternidade
Terá que ouvi-lo lamentar

Madrugada

A madrugada com suas mãos pesadas, vai acertando os ponteiros do relógio. Como um velho pescador cansado, jogo minha rede de pegar sonhos. Mas nem o sono, fininho e arisco, se prende nela.
Escuto as palavras gritando por seus lugares, mas o papel as recebe com rejeição...
E indiferente à confusão, o sol, metido e cheio de razões, vai esticando seus raios, espreguiçando-se no céu escuro... até se abrir em risos ao ver fingindo que acorda aquele que nem dormiu.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O dia


Atrasado
Seguiu o sol do dia
Esperando apanhar a noite, que no final da tarde vinha

Errado
Carregando o cansaço de semana passada
O sono é leve, a obrigação do cotidiano pesada

Perdido
No meio de valores que foram deixados
Amizades vendidas e sorrisos falsificados

Unido
Ao verdadeiro e escasso
A procura é árdua, o medo é do fracasso

Vencido
O oficio e pelo oficio
Aceitando o meio termo, aprendendo que se conformar é difícil

A lua grita
Pela calma que responde
Eu descanso na tua voz
E dou a risada que o medo esconde